Atualmente, administrar uma empresa é algo comum a profissionais de qualquer área do conhecimento. Contadores, advogados, engenheiros, economistas, filósofos – sim, filósofos – são apenas exemplos de profissionais que podem exercer funções administrativas em empresas no país ou no Exterior. Eu mesmo tenho uma conhecida que – formada em História e em Música Sacra – tem uma bem sucedida carreira técnica em uma empresa de comércio exterior de São Paulo.
Essa disseminação da Administração é ainda mais interessante em determinadas áreas. Consideremos a Contabilidade como exemplo. Tempos atrás, o contador era aquela pessoa que dava expediente em uma sala comercial mal ventilada e mal iluminada. Cercado de “caixas box” por todos os lados, o contador limitava-se a registrar os fatos contábeis e a fazer declarações de imposto de renda. Hoje, isso mudou – e muito.
O contador é um profissional que precisa dominar sua área de conhecimento. No entanto, ele é também um gestor que deve tomar decisões importantes para a empresa na qual trabalha. É aí que entram as funções da administração, vitais para entender o papel do gestor no dia a dia da empresa.
Originalmente, as funções da administração foram sistematizadas pelo engenheiro de minas Jules Henri Fayol. Nascido em Constantinopla (atual Istambul) em 1841 e falecido em Paris em 1925, Fayol dedicou-se a estudar a estrutura das empresas. Isso era importante porque até então as funções de cada um eram definidas de maneira mais intuitiva do que técnica, além de não haver uma definição de cargos mais lógica. Consequentemente, era comum ter funcionários executando funções completamente díspares, bem como cargos que se sobrepunham, o que prejudicava a produtividade em geral.
Fayol propôs ordenar a estrutura da administração em torno de cinco funções básicas: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Cada uma lidava com um aspecto diferente da administração, melhorando o fluxo das atividades e processos na empresa. Essa proposta de Fayol foi publicada em 1916 em seu livro Administration Industrielle e Générale (Administração Industrial e Geral), um dos clássicos da Administração. Mais tarde, as cinco funções foram reagrupadas em quatro: planejamento, organização, direção e controle. São essas as estudadas na disciplina.
A contribuição de Fayol para a Administração foi imensa. Seu trabalho ajudou a consolidar a ideia – válida até hoje – de que administrar não é apenas intuição, mas também técnica. Dessa forma, perde-se a figura folclórica do gestor que sempre decide acertadamente por intuição. Isso é mais ficção do que realidade. A intuição é importante, mas a técnica é fundamental para qualquer pessoa que tenha que administrar – seja uma grande empresa, seja um pequeno escritório de contabilidade.
Para saber mais:
FAYOL, Henri. Administração industrial e geral. São Paulo: Atlas, 1994.
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